FII vs CDB
Confira o material redigido por mim a pedido do meu escritório para o portal Inteligência Financeira
Vale mais a pena investir em CDB ou fundo imobiliário? Por que?
Muitos investidores, diante da necessidade de escolher entre CDB e fundos imobiliários, cometem o erro de considerar a rentabilidade do fundo imobiliário como sendo composta somente pelo dividend yield, ou seja, pelos aluguéis repassados ao cotista ao longo do ano.
Assim, com a Selic aos atuais 10,5%, qualquer fundo imobiliário com yield abaixo desse número parece menos atrativo do que um CDB que remunere, por exemplo, 100% do DI – índice de referência típico desse produto e que fica muito próximo da Selic.
Só que os fundos imobiliários têm em sua carteira imóveis, cujos preços historicamente acompanham a inflação. Além disso, em momentos de prosperidade macroeconômica ou diante da pujança econômica local, imóveis bem localizados, como é o caso da maior parte das carteiras dos melhores fundos imobiliários, valorizam-se tremendamente.
Portanto a decisão entre CDB e fundos imobiliários é uma escolha entre dois ativos muito diferentes: enquanto o CDB é um ativo de renda fixa, ou seja, uma dívida, o fundo imobiliário é um ativo de renda variável, ou seja, uma participação em um ativo real.
Vai depender dos riscos aos quais o investidor quer se expor e às crenças que ele tem quanto à saúde financeira do emissor do CDB e das perspectivas para os imóveis que compõem a carteira do fundo imobiliário.
E entre um CDB ou um fundo de renda fixa? Por que?
Nesse caso trata-se de dois ativos de renda fixa, portanto coisas mais comparáveis.
Um fundo de renda fixa tipicamente busca acompanhar um índice, normalmente o DI ou a Selic. Como a gestão do fundo gera custos, normalmente a rentabilidade do fundo de renda fixa costuma ficar um pouco abaixo do índice de referência. Ou um pouco acima, quando a gestão consegue capturar valor suficiente para cobrir os custos e, a depender dos objetivos do fundo, superar o índice.
A vantagem do fundo, nessa comparação, é a diversificação. Em um CDB o investidor corre o risco do emissor, ou seja, caso o banco que emitiu o CDB não consiga devolver o dinheiro o investidor precisará entrar na fila do FGC (fundo garantidor de crédito). Já um bom fundo de renda fixa investe em diversos ativos, portanto no caso de calote o fundo pode, sem dúvida, ter uma queda em sua rentabilidade, mas o investidor não perde todo o valor investido.
A XP, por exemplo, oferece CDBs de diversos emissores com rentabilidades superiores a 100% do DI, mas também oferece um fundo chamado XP Bancos, cuja carteira é uma curadoria dos ativos disponíveis na plataforma.
É uma forma do investidor diversificar o investimento em CDBs de vários emissores e, assim, diluir o risco, pagando uma taxa de administração pela comodidade e segurança.